quinta-feira, janeiro 09, 2014

CALO-ME, LOGO CALEJO-ME


É do tipo de pessoas cuja razão e emoção vivem em conflito? Ao fim do dia, quando se tem por debaixo das cobertas, tudo daria para saber uma coisa. Esta coisa: como calar a minha emoção? Quer saber outra coisa? Não há como. Porquê? Porque razão e emoção estão ligados. A mente segue o sentimento e mesmo quando calamos emoções o corpo fala. O sistema energético humano mantém uma ligação profunda com o sistema emocional, que por sua vez mantém uma ligação com o sistema mental, que por sua vez sustenta todo o sistema de crenças, isto é, as coisas em que uma pessoa acredita. Basta um ligeiro desequilíbrio no sistema de crenças para atingir o sistema mental, que por sua vez atinge o sistema emocional, que por sua vez pode bloquear o fluir do sistema energético.
A energia bloqueada provoca doenças. As mais variadas doenças, provenientes de bloqueios energéticos, provocados por bloqueios emocionais, por sua vez provocados pela mente… A mente é muito mais poderosa do que você imagina. E calar uma emoção é um suicídio lento. Então, como fazer para deixar “falar” uma emoção? Entrar em si mesmo. Isto é das coisas mais eficazes para conseguir um efeito terapêutico em prol do seu bem-estar, recuperando harmonia. São esses ‘mergulhos interiores’ o garante de sentir-se bem que no fundo é sentir quem você é. Isto é algo que só cada um pode descobrir por si. Encontrar-se a si próprio é tarefa de cada qual, ninguém o fará por nós. Não cale, muito menos se cale a si próprio. Quem cala consente, ou melhor, não sente… Mas o que a mente faz por não sentir o corpo tende a reflectir. A expressar, a prensar… a expor, para nos expormos a nós mesmos… Para nos pormos a nós mesmos. A quê? Nos pormos a sentir, a pensar. Quem cala caleja-se, e os calos vão endurecendo, formando uma carapaça muitas vezes tão difícil de atravessar. Exprima-se para não se expirar! E porquê? Porque é em seu mundo interior que ficam armazenadas as emoções e as programações mentais que são responsáveis por criar ou atrair as situações que você vive actualmente. E também são responsáveis por formar couraças que impedem o fluxo natural da energia vital, gerando tensões que se estabelecem no corpo e originam desconforto, dor e outras manifestações físicas. Reavaliar maneiras de pensar e agir e reequilibrar energias emocionais ajudam a restaurar o seu bem-estar, para que você inicie um processo de reestruturação e desenvolvimento pessoal.
O ser humano deve ser contemplado como um Todo. Não fragmentado, um ser integrado nos seus vários níveis e em relação à totalidade da vida. Os níveis físico, mental, emocional e espiritual são interligados e exercem influências entre si, pelos campos de energia que os percorrem e através dos quais também se relacionam com tudo que é exterior a eles. É importante harmonizar estes subtis mas poderosos campos de energia pessoal para que, desse centro equilibrado, a energia se expanda harmonizando tudo ao seu redor. Normalmente começamos com um primeiro passo. O identificar as manifestações físicas e emocionais mais importantes que ocorrem. Muitas vezes, os factos que o incomodam hoje nasceram de alguma antiga história de dor ou sofrimento. A mágoa, a raiva, a tristeza, a vergonha, o medo quando são reprimidos desestabilizam o seu equilíbrio natural e é essa carga emocional densa que não permite que o mundo lhe permita… ou, antes, que você não se permita. O passo necessário seria transformar isso tudo, pouco a pouco, por forma a que os seus sentidos se acalmem para que comece a ser mais fácil para si vislumbrar alguma possibilidade de paz. E a paz não está no mundo, ela só é possível em e através de si. Ao conseguirmos aceder às nossas memórias, conteúdos internos, dores emocionais não resolvidas, podemos abrir espaço para trabalhar esses aspectos, transformando os padrões “carregados” de negatividade e assim reequilibrando o campo de energia disponível para se instalar bem-estar. Crescente. Da mesma forma que a mão fechada não consegue receber nela nada, não é possível sentirmo-nos bem sentindo-nos mal…
Ao deixarmos ‘falar’ a condição emocional adquirimos suporte para enfrentar e superar medos e limitações, trazendo a possibilidade de dirigir a sua vida com mais segurança e tranquilidade. Quando não nos deixamos (ou forçamos a) calar, vamos recuperando e reestruturando o equilíbrio do corpo, da mente e das emoções, facilitando a aproximação com nossa própria essência, com maior valorização pessoal. E a paz é isto. Sentir paz interior. Isto é sentir-se bem. Cada sofrimento é, na verdade, um mestre. Com ele aprendemos a aceitar (que não é o mesmo que se conformar), a perdoar (que não é o mesmo que esquecer ou se anular), a desapegar (que não é o mesmo que largar fora) e a libertar expectativas. É o sofrimento que o tira de uma certa zona de conforto – ou estagnação – e o leva a trilhar um caminho de reflexão e transformação, trazendo uma nova forma de ver, sentir e viver a vida. 

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